Africana Studia nº 12 - Os Estados Nacionais entre Maghreb e o Machrek - Uma herança do Colonialisno?

Os Estados Nacionais entre Maghreb e o Machrek - Uma herança do Colonialisno?

 

 

Índice:

  • Editorial (p.3-4)
  • Os Estados nacionais entre o Maghreb e o Machrek – uma herança do colonialismo?
  • A Herança Colonial
  • René Galissot - La Décolonisation en Suspens: états nationaux et nationalisme au Maghreb (p.11-30)
  • Nizar Tadjiti - Héritage coloniale et gestion nationale de la cité à partir de l’exemple des villes du Nord de Maroc (p.31-43)
  • Maciel Santos - 1954, un faux départ du pan-arabisme au Caire? – l’Egypte vu par la diplomatie portugaise(p.45-57)
  • Rui Alexandre Novais - An unfinished process: the Western Sahara as apost-scriptum of the colonial period (p.59-66)
  • Ivo Sobral - Síria entre progressismo e tradicionalismo (p.67-73)
  • Um Islão Político?
  • João Casqueira Cardoso - Religion et démocratie: Réflexion sur la spécificité du Droit musulman (p. 77-90)
  • Raúl Braga Pires - A Formação do Partido Independente de Moçambique (PIMO) (p. 91-109)
  • Entrevista
  • Yaqub Sibindy: O PIMO - oração fúnebre a um caixão vazio. Entrevista conduzida por Raul Braga Pires (p. 113-121)
  • África em Debate: Uma herança identitária: o trabalho forçado
  • Jean Gormo - Le riz et le peuple Massa de l’Extrême-Nord Cameroun:de la culture forcée au marqueur identitaire (p. 125-136)
  • Tilo Grätz - Colonial gold mining in Northern Benin: Forced labour and the politics of remembering the past(p.137-152)
  • Notas de Leitura
  • René Pélissier - Além do Bojador… Além da Dor? (p.155-179)
  • Augusto do Nascimento - Algumas notas sobre a 12ª assembleia-geral do CODESRIA – Governar o Espaço Público Africano (p.181-200)
  • Resumos (p.189-195)
  • Legenda das ilustrações

 

Editorial

Os artigos agora publicados foram apresentados, sob forma de comunicação, no colóquio internacional organizado pelo Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP) em Junho de 2008 intitulado “Os Estados nacionais entre o Maghreb e o Machrek – Uma herança do colonialismo?”

No texto “A descolonização em suspenso: Estados nacionais e nacionalismo no Maghreb”, René Gallissot, professor emérito da Universidade de Paris 8 e conhecido historiador do Maghreb colonial, do nacionalismo no mundo árabe e do chamado “Terceiro Mundo”, aborda alguns dos problemas com que se defrontam os países da África do Norte, onde a colonização de povoamento deu lugar a Estados nacionais cujo nacionalismo de afirmação identitária construiu uma retórica ”nacional-desenvolvimentista” que finalmente se limitou, no plano da acção, a uma gestão conjuntural em benefício da burguesia, eliminando, ao mesmo tempo, qualquer outra alternativa política e social. Por seu turno, o sindicalismo e as oposições continuam historicamente fechados na crença da miragem promovida pelo Estado segundo a qual o “desenvolvimento” (económico e social) estaria ao alcance da mão, perspectiva voluntarista que a realidade não confirma e cuja usura tem favorecido a expansão islamita radical do “Islão político” que tanto ameaça não apenas o ocidente mas os próprios países muçulmanos. Num outro registo histórico, o artigo de Maciel Santos “1954, uma falsa partida do panarabismo no Cairo? O Egipto visto pela diplomacia portuguesa” analisa a situação política no Egipto nos anos 50 do século passado vista pela diplomacia portuguesa da época, bem como o papel do pan-arabismo de que o Egipto foi então o principal motor no Médio Oriente, o qual teve repercussões profundas no movimento anti-colonialista dos países do Terceiro Mundo, como o confirma a Conferência de Bandung em 1955.

O texto de Nizar Tajditi, “Legado colonial e gestão nacional da cidade a partir do exemplo das cidades do norte do Marrocos”parte do Marrocos e da evolução das suas cidades como centro de cultura e o seu papel na formação dos Estados nacionais modernos na África do Norte. O artigo estuda igualmente as formas de expressão antagónicas entre a acção colonial e a reacção nacional ou nacionalista, estas últimas expressas nas políticas urbanas levadas a cabo nas pequenas e médias cidades a cuja situação instável urge remediar nos planos económico, político e outros.

O artigo de João Casqueira Cardoso, “Religião e democracia: reflexão sobre a especificidade do Direito muçulmano” propõe uma análise de direito comparado, que, mais ainda do que uma abordagem nos planos político, económico e social, mostra a necessidade e urgência em aprofundar as relações entre democracia e religião, tanto na civilização ocidental como na civilização muçulmana. O autor refere ainda a questão de saber se o direito muçulmano não poderá contribuir para introduzir a noção de “cidadania” que se poderia sobrepor à referência ao “religioso” no sentido estreito do conceito.

O texto de Rui Alexandre Novais, intitulado “Um processo inacabado: o Saará Ocidental como um post-scriptum do período colonial” analisa a situação do Sahara Ocidental que, depois da retirada da Espanha, ficou sob a ocupação de Marrocos que lhe recusa a independência sob pretexto que este território já lhe pertencia antes da colonização europeia, fazendo portanto parte integrante na nação marroquina. A situação continua num impasse e é previsível que o status quo se manterá muito tempo ainda dadas as riquezas mineiras do Sahara Ocidental e os interesses em causa.

Ivo Sobral em “Síria entre progressismo e tradicionalismo” estuda o isolamento político da Síria há mais de 30 anos e afirma que o seu futuro está ligado à paz com Israel e ao fim da instabilidade do Líbano.

O texto de Raul Braga Pires, “A formação do Partido Independente de Moçambique (PIMO)” é o único trabalho sobre a África Subsaariana e trata da comunidade muçulmana sunita em Moçambique, mostrando os seus objectivos e características no processo de desenvolvimento daquele país de língua oficial portuguesa.

Adelino Torres

Universidade Técnica de Lisboa – ISEG

 

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Tipografia: Papelmunde

Edição: Miguel Silva Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto

Revisão de textos: Amelia Queirós; La Salete Coelho; Miguel Silva e Rosário Melo.

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Capa: Militar da Frente Polisário. Argélia. Agência LUSA

 

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