Borracha e tecidos de algodão em Angola (1886-1932) – o efeito renda

 

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Resumo/ Abstract

Até quase ao fim do período colonial, a exportação portuguesa de manufacturas de algodão esteve dependente dos mercados coloniais, e em particular do de Angola. A análise desta ligação entre duas realidades distintas – um ramo industrial de composição técnica relativamente alta e uma colónia que exportava bens primários geradores de lucros acima da taxa média, isto é, de rendas – ilumina-as simultaneamente. Acresce que, no que respeita a Angola, a importação de manufacturas de algodão foi durante muito tempo um indicador por excelência do nível de consumo da grande maioria da população. 

Demonstrada a correlação existente entre os rendimentos rendeiros de Angola e as suas importações algodoeiras, pode em seguida avançar-se para uma tipologia da distribuição da renda em Angola durante os primeiros 40 anos de efectiva ocupação colonial (1890-1930). Para esse efeito, são considerados os ciclos da borracha e dos seus sucedâneos rendeiros, o milho e o café, durante a década de 1920 e parte da de 1930.

As conclusões são certamente discutíveis mas pretendem contribuir para a actualidade da distribuição da riqueza em situações “rendeiras”.


Rubber and cotton textiles in Angola (1886-1932) – the rent effect

Up to the last stages of colonial time, Portuguese exports of cotton goods depended on colonial markets, mainly the Angolan one. The connection between these quite different realities – an industrial branch of relatively high technical composition and a colony whose main exports were highly profitable raw materials – allows a remarkable insight of how both of them developed. It must be further stressed that in Angola the imports of cotton goods were for decades a reliable indicator of the consumption levels for most of the population.

 Having established a correlation between the rent incomes in Angola and its cotton imports, a pattern of the income distribution for the period 1880-1930 may be drafted. This paper considers two main rent cycles: the one based on rubber exports and, during the 1920’s and 1930’s, the one supported by the maize-coffee exports.

The conclusions are doubtlessly provisory but they are meant to discuss more accurately the urgent issues of income distribution in rentier societies.

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